Não faz muitos anos, nenhum homem ou mulher de certa posição social saía sem usá-lo. Tenho fotos incríveis do meu avô usando chapéu numa simples ida ao centro da cidade.
Com o passar dos anos e a simplificação dos códigos para se vestir foi caindo em desuso e praticamente só víamos chapéus na praia e em quem trabalha exposto ao sol.
Lembro que há uns dez anos comprei uma boina linda em New York e toda vez que saía com ela por aqui as pessoas me olhavam como se fosse um ser estranho. rsrsrs
Felizmente, já que adoro chapéus, isso está mudando! Pelo menos aqui em São Paulo tenho visto muita gente usando, tanto no inverno quanto no verão, e as pessoas não estranham tanto. Acho que depende um pouco da cidade, pois minha amiga Dani que mora em Salvador, me contou que as pessoas estranham muito quando ela sai com seu Panamá. Vai entender, já que é um chapéu perfeito para o clima quentíssimo de lá!
Atualmente as regras para o uso são bem flexíveis, mas algumas dicas podem ajudar, já que não temos o hábito de usá-los e ás vezes a escolha fica difícil. O mais importante é se olhar no espelho e sentir-se bem!
- rosto grande pede chapéus maiores, rosto miúdo chapéus menores. Assim o equilíbrio será mantido.
- o mesmo vale para pessoas mais cheinhas ou mais magras. Uma pessoa mais pesada com um chapéu muito pequeno irá acentuar seu tamanho, enquanto que a pequena irá “sumir” debaixo de um chapéu maior.
- não precisam combinar certinho com a cor da roupa e sim harmonizar-se com ela. Chapéu de uma cor que contraste muito com a cor do seu cabelo ganha destaque. Loira com um chapéu preto chamará mais atenção do que uma morena com o mesmo chapéu.
- palha e tecidos leves e delicados combinam com roupas de verão. Já lã ou feltro com roupas mais pesadas. Um Panamá não fica harmonioso com uma jaqueta de couro.
- chapéus com abas maiores ficam melhores com cabelos curtos, médios ou presos. Os sem abas como boinas ou gorros combinam mais com cabelos longos.É uma simples regra, apesar de ter um fundamento estético.
- evite brincos grandes e dependendo até mesmo colares grandes também.
- a etiqueta diz que chapéu somente até as 18horas e em ambientes abertos. Como atualmente o chapéu não tem apenas um papel utilitário e se transformou num item de estilo, é perfeitamente aceitável usá-lo à noite em lugares ou eventos descontraídos, baladas e festas mais moderninhas. Mas nunca, no momento de uma refeição, no teatro ou cinema!
- casamentos são ocasiões mais formais e pessoalmente sou a favor de seguir a regra tradicional que diz que chapéu é para evento diurno. Casamento noturno com chapelão de abas largas nunca! O melhor é optar por uma casquete ou um fascinator (arranjos enfeitados com penas e pedrarias).
E os modelos mais usados como combinar?
Gorro(touca), boina ou boné: feitos em geral de lã, combinam com roupas invernais. Afinal você não vai querer fazer um modelito “mano”, que usa gorro de lã no maior calor! rsrsrs Gorros são descontraídos e dão um ar jovem à produção. Já as boinas acrescentam um chic com toque francês. Qualquer tipo de rosto, altura ou tamanho fica bem com esses modelos.
Já o boné tipicamente esportivo foi feito para ser usado somente para esse fim ou no máximo na praia ou piscina. Acho o hábito masculino de usar boné socialmente lamentável (sendo fina na escolha do adjetivo) e cafona, brega, horrível (sendo verdadeira, rsrs) . Aceitável, vá lá, somente para adolescentes. Mas se fosse meu filho, não deixava usar. rsrs
Cowboy: se for usar numa produção mais urbana, evite compor com peças muito características do universo country, como botas típicas, cinto com fivelão e camisa xadrez, a não ser que esteja indo para um evento do gênero; se não vai parecer que está fantasiada. rsrsrs
Chapéu coco: modelo masculino tipicamente inglês, feito de lã ou feltro, com copa redonda e dura e aba bem curvada. É o chapéu do personagem Carlitos de Charlie Chaplin. Adotado pelos homens de negócio ingleses nos anos 50 e 60, hoje em dia ainda vemos, por incrível que pareça, elegantes senhores ingleses de terno, bengala e chapéu coco na região financeira, a City.
Como é pequeno, não favorece pessoas grandes e de rostos largos.
É o modelo que menos gosto. Acho que por ter sido imortalizado pelo personagem Carlitos, sempre me dá uma impressão de chapéu de palhaço.
Panamá: de palha trançada bem fechada, na verdade é originário do Equador. Acabou conhecido por esse nome quando o presidente americano Theodore Roosevelt usou um em sua visita ao Panamá em 1906. De copa amassada, pode ter pequenas variações no tamanho das abas, que, entretanto não passam de um tamanho médio. Por isso é um modelo que fica bem em qualquer pessoa e é um de meus preferidos.
Por ser de palha não combina com roupas invernais. Como remete à proteção solar deve ser usado durante o dia e com looks mais descontraídos.
O modelo semelhante feito de feltro, muito usado pelos gangsters, é chamado de Al Capone e podem ser usado durante o dia ou à noite sempre em dias mais frios.
Fedora: de feltro ou tecidos como tweed e príncipe de Gales, é um dos modelos do momento, queridinho dos cantores de jazz e R&B. Tem aba bem pequena, normalmente usada dobrada atrás. Pode ser de palha, sendo que esse é apropriado para o verão. Os de feltro ou lã ficam melhores em dias frios. Aliás, já vi gente usando chapéu Fedora de lã em pleno verão e acho um mico enorme! rsrsrs
É um modelo com abas bem pequenas que fica estranho em pessoas altas e mais corpulentas.
Floppy: com abas bem largas e molengas e copa arredondada, pode ser de palha (apropriado para o verão e até mesmo para a praia) ou feltro ( próprio para dias mais frios). Só não é indicado para mulheres de rosto pequeno ou baixas, pois podem sumir debaixo do chapéu.
Cloche: palavra francesa para sino descreve bem o formato desse modelo de copa alta e aba bem pequena. Modelo típico dos anos 20 é um dos meus preferidos! Sua copa alta alonga o rosto e disfarça testas grandes, mas por outro lado destaca queixos pronunciados. Normalmente em feltro, quando estavam no auge da moda também foram fabricados modelos em palha para o verão e de renda e pedrarias para serem usados em eventos mais elegantes.
Então meninas já aderiram ou vão aderir? Sou a favor de uma campanha para que se use mais pelo menos os modelos de verão, já que refrescam e protegem o rosto do sol. Afinal moramos num país tropical!
E lembre-se: como atrai a atenção para o rosto, esse merece certos cuidados com a pele e um mínimo de maquiagem. Assim não só o chapéu se destaca, mas você também.
Beijos carinhosos,
Maria Ester Reis.