Oi meninas tudo bem?
Outro dia no Instagram começamos a trocar informações
sobre esmaltes antialérgicos. Na
verdade alguém fez perguntas numa postagem da Gi e ela, sabendo que tenho
alergia, pediu para que eu desse uns esclarecimentos.
Achei que seria interessante explicar um pouco aqui no
Ouse também.
Na verdade não
existe esmalte verdadeiramente antialérgico.
O que existe são
marcas que tiram de suas fórmulas certos elementos que são mais
propensos a provocarem alergias. Mas em princípio qualquer um dos outros componentes
do esmalte dito antialérgico pode provocar alergia, dependendo da sensibilidade de cada pessoa.
Algumas marcas adotam por sua vez o termo hipoalergênico – hipo (grau inferior/escassez)
+ alergênico. Indicando um produto com menos potencial alergênico, mas
não deixam muito claro o que é retirado da fórmula.
Alergia a esmalte pode aparecer em qualquer época da vida.
Eu, por exemplo, usei tranquilamente até os 28 anos qualquer esmalte e acetona.
De um dia para outro passei a ter alergia nos olhos. Sentia coceira e uma leve
erupção nas pálpebras. Aliás, é nos olhos que acontecem a maioria das
manifestações alérgicas a esmalte. Mais do que propriamente nas unhas ou dedos.
Como minha mãe tinha essa alergia desconfiei logo do que
poderia ser e procurei um alergista. Fiz um teste e o resultado foi que tenho
alergia a alguns derivados do petróleo. Formol (formaldeído), tolueno,
acetona, benzenos etc. Infelizmente, como a maioria das alergias, essa não tem
cura e você tem que suspender o uso do produto. Na época que a minha se manifestou aqui no Brasil não existiam
esmaltes livres dessas substancias. Quando dava trazia de fora, já que lá faz
tempo que muitas marcas retiraram-nas de seus produtos. Fiquei
muito tempo sem usar esmaltes (snif). Tive também que suspender o uso da acetona e substituir
por removedores sem acetona, o que na verdade é bem menos agressivo e saudável
para as unhas.
Na verdade tenho sorte, porque sou alérgica justamente as 3 substâncias que mais comumente causam as alergias e que estão sendo
banidas das fórmulas por aqui também.
De um tempo para cá talvez você tenha reparado que começou
a aparecer em algumas embalagens de esmaltes nacionais uma nova nomenclatura - “3 free”.
A indústria brasileira resolveu normatizar essa bagunça
de denominações e criar esse termo, sinalizando que o produto é livre dos 3 elementos que mais comumente provocam alergia - tolueno,
formol, DBF, as 3 substâncias do mal rsrs.
Fica bem mais claro para o consumidor e bem menos
vago que o termo hipoalergênico (pouco explicativo) ou antialérgico (pouco
correto).
As 3 substâncias ausentes nos esmaltes 3 free são:
Formaldeído
(formol) – presente em algumas resinas aumenta a aderência, o brilho e a durabilidade.
Tolueno –
derivado do benzeno é o solvente tradicional do esmalte.
Dibutilftalato
(DBF) – aumenta o brilho e a flexibilidade.
Formaldeído e Tolueno são as substâncias que mais causam alergias. Entretanto,
qualquer outro componente da fórmula pode provocá-la, por exemplo, um corante.
Nesse caso, o fato do produto ser 3 free infelizmente não fará diferença. Na
dúvida o melhor é fazer o teste alérgico mesmo.
É bom destacar que as três substâncias podem facilmente
ser substituídas sem prejuízo da qualidade das fórmulas. O que já acontece em
muitos importados e num número cada vez maior de nacionais. O esmalte fica
apenas um pouco mais caro, mas acho que vale à pena pagar a mais para usar um
produto mais seguro. Lembre-se que como qualquer alergia você pode usar o
produto durante anos, ir sensibilizando - e pronto! - de um dia para outro
desenvolvê-la como aconteceu comigo.
E como descobrir se o esmalte é 3 free se não vier
destacado na embalagem?
Lendo os rótulos minúsculos ou entrando nos sites que em geral
disponibilizam essa informação. Não tem outro jeito.
Nem todas as marcas
nacionais adotam a nomenclatura 3 free. Algumas apenas indicam no final da
lista de ingredientes serem livres de formaldeído, tolueno e DBF.
Marcas como Risqué e Impala têm linhas 3 free pobres e
com poucas cores, que ainda chamam de hipoalergênicas. (atualização nov 2014- a Risqué agora tem toda a sua linha 3 free)
A Colorama tem a maior parte de sua linha (exceto os de
tratamento e Única Camada) 3 free apesar de não indicar.
Ludurana, Derma Nail, Argento, O Boticário, B.u, Le Lis
Blanc Beauté são 3 free, mas nem todas usam essa nomenclatura. A Speciallitá
tem atualmente a maioria de sua linha 3 free, inclusive indicando isso mais
visível nas novas embalagens. Se não estiver indicado na frente do vidro ou bem
pequeno junto à lista de ingredientes é uma embalagem antiga e a fórmula não
era 3 free.
Nem todo esmalte
importado é 3 free. A maioria é, mas tem que checar.
É importante saber que nos EUA e na maioria dos países da Europa já é comum,
e em alguns até é lei, não usar essas substâncias em sua fórmulas. E os frascos
não apresentam destacado o fato de ser livre de substâncias
alergênicas. Já fica subentendido. Na dúvida leia com atenção a lista de
ingredientes ou procure essa informação nos sites das marcas.
Dos importados
vendidos aqui no Brasil a maioria é 3 free e alguns são também livres de
outras substâncias que podem causar alergias. Chanel, Dior, Givenchy e L’Oréal são livre de tolueno, formaldeído, DBF e cânfora. Bourjois, Revlon, Jordana, OPI, Shepora by OPI, Orly são livres de tolueno, formaldeído e DBF. Mavala é sem tolueno, formaldeído, DBF, cânfora, parabenos
e níquel.
ATENÇÃO: as linhas de tratamento com produtos para endurecer as
unhas tem formaldeído, inclusive de
marcas que não usam essa substância nos esmaltes coloridos.
Bem acho que é isso.
O mais importante para quem suspeita ter alergia a esmalte é fazer o teste e identificar com precisão quais substâncias te fazem mal. Como expliquei, não são somente as 3 free que podem desencadeá-la.
E vamos torcer para que todas as marcas nacionais se
preocupem em retirar as substâncias potencialmente alergênicas de suas
fórmulas, tornando todos seus produtos 3 free. Se de alguma forma essas substâncias são nocivas não deveriam
fazer parte de nenhuma marca e ponto final.
Mas já evoluímos muito e o mercado cada vez oferece mais opções! Quando lembro que fiquei anos com
apenas meia dúzia de esmaltes da Almay e da Clinique, duas das primeiras marcas
que retiraram as substâncias da fórmula!
Beijos carinhosos
Maria Ester Reis